Li algures que o programa televisivo favorito de John McCain é a série "24".
Este facto diz muito e mal do septuagenário que sairá hoje a perder das eleições presidenciais. Mau gosto e escasso insight. Para além da série ser uma valente bosta, o homem não percebe o contributo da mesma para a sua previsível derrota nas urnas. Sem ela, teria sido muito mais difícil para o povo americano visualizar um negro à frente do seu país.
Recordo-me perfeitamente de quando vi pela primeira vez um episódio da série, ter pensado que a cena do presidente preto (David Palmer - Actor Dennis Haysbert) era engraçada mas que iriamos demorar muitos, muitos anos até lá chegar. Em termos de ficção, assim de cabeça, recordo-me também dum filme de segunda com o James Earl Jones em que ele ascende a presidente, sendo antes Speaker of the House (3ª figura hierárquica do sistema político americano), por morte do Presidente e Vice-Presidente (brancos) num desastre de aviação.
Bom, como dizia, quando vi a personagem, achei que aquilo estava a anos-luz. Depois, ao testemunhar a crescente credibilidade da candidatura de Obama, acho que o meu subsconsciente não estranhou tanto a perspectiva de ele ganhar pois até já tinha visto coisa semelhante na série "24". E assim se constroem pré-figurações mentais que tornam possível vitórias eleitorais. E assim, acho justo que o BHO pague uma mariscada daquelas no Ramiro ao Joel Surnow, criador da série 24. E, no final, junto com o James Martin's 30 anos, ordene, como primeira medida do seu mandato, a retirada imediata daquela gaita do ar pois já não há mais pachorra para o Jack Bauer et alia compinchae. A primeira viagem oficial ao estrangeiro contar com um detour ao Intendente também seria inusitado. Já estou a imaginar a peça do Luís Costa Ribas, com a impávida cara de parvo de sempre a adjectivar o momento como "histórico".
Enquanto escrevia esta posta, encontrei isto que ainda não tive tempo de ler com atenção.
Próximo passo: O Concílio Vaticano III eleger um Deus preto pois isso também já apareceu num filme com o Morgan Freeman. Vá, Ratzinger, convoca-me essa merda! Mostra-nos que estavamos todos enganados e até és um gajo cool.
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