Terça-feira, 31 de Outubro de 2006
A Orquestra Sinfonietta de Lisboa, o maestro Vasco Pearce de Azevedo, o Coro Ricercare e O Escravisauro armado em tenor lá pelo meio vão interpretar o Requiem de Mozart em:
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Santarém, no dia 2 de Novembro, pela 21h30, na Igreja do Seminário;
- Alcochete, no dia 3 de Novembro, também pelas 21h30, no Fórum Cultural de Alcochete.
Entradas gratuitas. Uma obra imortal. Uma divulgação pela hora da morte. Um pouco de autopromoção não mata ninguém.
Sábado, 28 de Outubro de 2006
Curioso o facto de este
Blogue, militante contra o aborto ser escrito quase só por homens. Este país é assim, gostamos de mandar na vida dos outros. Gostamos de fazer considerações morais, de impôr os bons costumes. Vem aí outra vez o carnaval da campanha da interrupção voluntária da gravidez com todo o folclore imbecil das tias de Cascais que se dizem "pró vida" e as esquerdistas de t-shirt às riscas que acham que o aborto faz parte da sexualidade "plena". Pois eu preferia evitar toda esta parvoíce e deixar o parlamento aprovar uma lei que acabasse de vez com essa vergonha que é mandar mulheres para os tribunais em vez de lhes dar a possibilidade de escolher uma clínica decente. Aliás nem era preciso uma nova lei. Os espanhóis têm uma quase igual à nossa, mas interpretam a justificação psicológica para abortar num sentido mais lato. Já sei que houve um referendo e que o não ganhou e isso tudo. Mas já não há pachorra para esta lenga-lenga repetida e aumentada.
Quarta-feira, 25 de Outubro de 2006
Os empregados de mesa desta Lisboa são uma raça tipicamente conservadora, rotuladora, positivista. Vêem a sociedade em geral por um número limitado de estereótipos que as suas torpes observações extraem a partir dos espécimes que se sentam às mesas que atendem. Por isso, esperam que nos comportemos conforme o estereótipo em que nos situamos nas suas matrizes socio-alimentares. Qual cães de Pavlov, que salivemos quando e como é suposto. Daí até à mania de impor hábitos, rotinas, gostos e paladares que se querem sempiternos e imutáveis vai um passinho…
Mas comigo bem se lixam. Se anteontem bebi uma cola, logo no dia seguinte sugerem "e uma cola a acompanhar?...", ao que eu resoluta mas educadamente respondo "não, uma imperial, se faz favor". Portanto ontem pedi imperial, por conseguinte hoje "é uma imperialzinha, não é verdade?". Não. Era antes um guaraná. Amanhã não haverá guaraná para ninguém e haverei de emborcar um quarto de tinto que é para almoçarem e deixaram almoçar sossegados os fregueses que têm direito a regar o pasto com as substâncias liquidas que bem entenderem.
Por vezes tenho que me conter para não exigir aos berros uma italiana, quando já tenho um café cheio à minha frente sem ter aberto a boca para o solicitar. Desgraçadamente gosto mesmo da bica longa. Maldita cafeina...
Já sei: vou deixar de beber café. Quero ver a cara do empregado amanhã...
Sexta-feira, 20 de Outubro de 2006
Os discos deste dois dizem tudo logo às primeiras palavras.
Caetano inicia o seu "Cê" a dizer "Você nem vai me reconhecer quando eu passar por você". Tem toda a razão. O baiano está irreconhecível num álbum rock banal, com letras estafadas, sem engenho e sem criatividade. Há muito não se lhe via um disco de orignais tão pouco interessante. Salvam-se dois ou três temas, mas, no geral, é uma coisa maçadora.
Quanto a Beck, "The Information" começa com um repto: "One,Two, you know what to do". E Beck agarra o desafio para voltar a mostrar o seu virtuosismo. O californiano é especialista em construir canções rebuscadas, feitas de elaboradas camadas de som. Depois de um fraquinho "Guero", Beck recupera a vitalidade, ainda por cima com um disco alegre. Não o tenho largado das orelhas.
Terça-feira, 17 de Outubro de 2006
Acusado de retirar benefícios sociais aos deficientes no próximo Orçamento de Estado,Sócrates responde assim:
"Não há nehuma acção de redução de benefícios fiscais para os deficientes (...) O que há é uma modificação de maior justiça. Vamos dar mais benefícios fiscais a quem efectivamente precisa, aos deficientes mais dependentes, aos deficientes mais pobres e menos àqueles que menos precisam". A TSF gravou
estas palavras e reproduziu-as parcialmente neste
artigo.
Resumindo, o António coxo vai pagar mais impostos porque o Manuel cego tem uma vida mais fodida e precisa da massa dele. Isto é que é justiça social! Foda-se!!!
Segunda-feira, 16 de Outubro de 2006
Quarta-feira, 11 de Outubro de 2006
O meu amigo
Científico, pioneiro disto de escrever nos blogues mas que há muito se deixou disso (sempre à frente do seu tempo), lembrou-me ainda hoje disto que reproduzo neste botão verde:
Rara a coisa que o jazz toca e que não apruma, mas não vale a pena ser injusto. Esta música é bem disposta em qualquer língua.
Esta versão - do filme
Talented Mr. Ripley - tem no entanto patriótica vantagem sobre as outras: o piano que se ouve, ou melhor, os dedos no piano que se ouvem, são do Bernardo Sassetti. É também fácil uma pessoa dar-se ao trabalho de ouvir o My Funny Valentine, versão do mesmo filme, e também com piano do Sassetti. Nessa situação no entanto terão que levar com a sofrida, esforçada, afinadinha e/mas aborrecida interpretação do Matt Damon. Mas quem tiver coragem de se levantar e pedir essa música no karaoke que lhe atire o primeiro tomate.
Fiquemo-nos pelo Tu vuo' fa'll'americano que saiu mesmo bem.
Eu reconheço que nem sabia que havia um italiano que tinha criação de águias ali no Sabor, mas olhem que fiquei sensibilizado.
Quinta-feira, 5 de Outubro de 2006