Segunda-feira, 29 de Maio de 2006

Antes que a coisa comece...

Quero desde já deixar aqui registado que não espero grande coisa de Portugal na Alemanha. Como sempre nestas ocasiões, o comércio e mais uns quantos optimistas andam a querer fazer da selecção um gigante que não é. Temos uma equipa jeitosinha, que não envergonha ninguém, mas deixemo-nos de megalomanias. Há a obrigação de chegarmos aos oitavos de final para escaparmos a uma grande vergonha, mas depois depende do dia e da sorte. O único jogador português que poria no meu onze ideal chama-se Ricardo Carvalho e esse não marca golos (ou, pelo menos, não tem essa responsabilidade). E isto não tem nada a ver com a desgraça dos sub-21, também ela obra de um excesso de expectativas. A verdade é que os pupilos de Scolari, tirando o anormal 7 a 1 à Rússia, não produzem uma exibição de encher o olho desde o Euro 2004. Falta fio de jogo, falta domínio de jogo, falta constância e falta um gajo contar que a coisa vai correr bem antes do apito inicial. Oxalá me engane.
publicado por Proletário às 19:59
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Roland Garros

Tenho dois problemas que me impedem por vezes de assistir a eventos desportivos com clareza. Um é de ordem sentimental. Deixo-me envolver sentimentalmente com aspectos diversos. Não falo do óbvio clubismo, isso é simples de combater e eu até sou do Benfica. Mas, por exemplo, prefiro torneios de terra batida a qualquer outro e assisti a mais Roland Garros que a todos os outros torneios juntos pela simples razão de que foi o primeiro torneio de ténis que vi na vida. E vi, cá vem outra questão, quando joguei ténis pela primeira vez. Custa-me apreciar um jogo que não tenha jogado. Vejo as horas que me forem disponibilizadas de ténis, futebol, vólei, atletismo e mais um ou dois sem interrupções e tenho alguma dificuldade em assistir e saber o que dizer - sobretudo isto - sobre andebol, curling e basebol. Com pena, muita pena minha. Mas talvez não viesse mal ao mundo se quem nunca chutou uma bola não se pronunciasse publicamente sobre a dita. Só que, novamente, não desprezo quem sabe fazer uso de um completo raciocínio abstracto e não serei definitivo nesta matéria.

Com o tempo fui aprendendo a disfarçar os ditos sentimentalismos com truques simples, como sejam explicar da bondade da terra batida sobre os outros terrenos. Fui descobrindo que sendo mais lento e fazendo a bola subir sempre mais, ganha quem arrisca mais, ou melhor quem arrisca mais e falha menos, ou melhor quem é melhor tecnicamente. Mas se é assim, e eu estou convencido disto, como é que afirmo ao mesmo tempo que o Federer é o melhor jogador do mundo? Afirmo porque é óbvio (já volto a isto - razão de todo o post). Mas depois em terra... bom enfim, o exercício dá a volta e refugio-me de novo no sentimentalismo. Para mim terra batida é que é ténis porque sim, sem razão e às aranhas as contradições. E por sorte somos contemporâneos em estado adulto com o Federer.

Agora que o futebol estará em todas as bocas, e ainda bem, deixem-me arrojar a pretensão de um conselho. Se um gajo se cingir ao óbvio acerta quase sempre. Se é unânime que ninguém escreve de futebol como o maradona é porque ele escreve sempre a verdade mais óbvia que conseguir encontrar. O Ronaldinho é o melhor jogador do mundo, ponto final. O Barcelona a melhor equipa, ponto final. O Brasil a melhor selecção, ponto final. O Figo é muito bom, ponto e vírgula; mas o Zidane é melhor que o Figo, ponto final. Etc, e por aí fora e assim se vai criando um discurso fiável e que lhe dá margem para ser brilhante. O mais forte é o melhor, e o melhor que acontece ao desporto é que o melhor ganhe. Por vezes esquecemo-nos desta máxima do fair play e pomo-nos, como se o desporto ganhasse algo com perversões estatísticas, a torcer pelos fraquinhos e pelos pequeninos. Contra os poderosos! Cito o maradona outra vez. Onde é que nós estamos? Mas isto é uma peça de teatro? Um épico do George Lucas? Não, é competição, que serve para nenhuma outra coisa senão para ver quem é o melhor. Se descansarmos a mona nesta premissa rapidamente tiramos o melhor do sofá e da cerveja que acompanham um visionamento. E não se perde componente emotiva nenhuma, descansem. Um gajo pode ver a bola assim e ir às lágrimas na mesma.
publicado por Sérgio às 17:09
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Quinta-feira, 25 de Maio de 2006

Timor e o jornalismo português

Num tempo em que meio mundo discute a qualidade do nosso jornalismo (debate suscitado por filósofo desonesto e demagogo que insiste em não perceber o que o espelho lhe devolve) convém ,talvez, determo-nos na questão timorense. Ao longo do últimos anos, habituámo-nos a ver, ler e ouvir os relatos que nos chegam daquela ilha remota como sendo uma espécie de último paraíso na Terra, o sítio onde a bondade natural dos nativos se sobrepõe à dureza do quotidiano. A crise que está a deixar Timor à beira da guerra civil mostra uma realidade bem diferente. Ainda recentemente ouvi um relato (em segunda mão, mas de fonte segura) sobre uma professora portuguesa que dava conta de uma certa tendência para a resolução de conflitos pela violência. Os jornalistas que escrevem sobre Timor parecem ter criado uma cápsula de benevolência acerca da antiga colónia portuguesa. Dá a ideia que apontar os defeitos da sociedade indígena, que os tem como qualquer outra, em qualquer parte do mundo, é castigar demasiado um povo que, reconhecidamente, já sofreu mais do que merecia. Mas calar a violência impregnada no quotidiano de um país não remédio para acabar com ela. Senão ficamos todos aparvalhados, sem perceber como é que um projecto de democracia corre o risco de descambar em fracasso por causa de uma querela de militares. Algo vai mal por ali e era bom que os jornalistas ajudassem a explicá-lo, em vez de nos contarem bonitas (mas incompletas) histórias cor-de rosa.
publicado por Proletário às 23:11
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Sexta-feira, 19 de Maio de 2006

A moda da sapatilha

Duas raquetes, uma bola saltitona, um campo com linhas traçadas e uma rede a toda a largura parecem trazer alegria a rodos a toda a gente. Aproveitando o bom tempo e a pouca juventude que ainda resta, um colectivo de gente com uma crise de pré-meia idade resolve por a amarelita a pinchar e organizar um ranking entre gente que gosta de guardar bolas nos bolsos dos calções.
Se se sentem com tempo e energia para suadeira tal ,informem-se e inscreva-se no link abaixo.
Boas raquetadas a todos é o que vos desejo.

Canil Open

publicado por Manuel Padilha às 17:00
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Quarta-feira, 17 de Maio de 2006

Pontualidade Penal


Foto© pel' A Esposa™. Tarrafal, Santiago, Cabo Verde:

Soldado Djak comete erro ortográfico, dia 25/03/76, às 14h00 em ponto.


Nota: Desactivada em 1954, a antiga Colónia Penal do Tarrafal foi, depois da Independência, adaptada a Quartel Militar.
publicado por O Escravisauro às 11:59
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Terça-feira, 9 de Maio de 2006

Lost and Found

Não gostar da série Lost é humano. Há até quem proponha um método científico para considerar a coisa sobrevalorizada. O senhor que assina A A Gill, discorre com graça no Sunday Times sobre a arte de não gostar da série mais falada do momento. Agora o que que me divertiu mesmo foi a snobeira do cavalheiro, quando resolveu arrasar esta pobre nação só porque não gostou do bacalhau do Tugga, casa de repasto de um nosso compatriota estabelecido na Pérfida Albion. Aliás, inglês e crítico de cozinha na mesma frase é coisa que, decididamente, não cola. Um povo que tem como obra culinária máxima essa mixórdia gordurosa a que chamam "Fish and Chips" devia atar o focinho antes de discorrer sobre a culinária alheia.
publicado por Proletário às 16:43
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Não quero cá gente esquisita em minha casa!


Cruzinha, Santo Antão, Cabo Verde
publicado por O Escravisauro às 11:21
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Segunda-feira, 8 de Maio de 2006

Um artista, mas só com os pés

Coleen McLoughlin teve de aguentar a fúria do namorado. O rapaz descobriu no telemóvel dela uma mensagem amorosa de um admirador secreto e explodiu quando viu a assinatura. "Who's this Sam? Who's this Sam?". Paciente, Coleen explicou ao namorado o problema. Onde Wayne Rooney leu "Sam", estava escrito "5am", a hora a que o próprio lhe enviou um suspiro do coração. Não fosse a conta bancária...
publicado por Proletário às 17:51
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Quarta-feira, 3 de Maio de 2006

Um dia, acreditam alguns, isto ainda há-de ser um país

O nosso PM vai hoje apresentar ao povo como é que está a pensar estragar-nos a reforma a breve prazo. Pelos vistos, lá terei de trabalhar até aos 70 antes de ganhar o direito de dar milho aos pombos e jogar à sueca no jardim da freguesia. Como sempre, é o trabalhador quem paga a incompetência do Estado. Mas quem já se antecipou ao Governo foi o excelso presidente do BCP, essa instituição de caridade. Menos de uma semana antes de o Sócrates anunciar o fim das facilidades, o Dr. Paulo anunciou a receita do banco para poupar mais uns cobres. A fórmula é simples: "Vamos ter gastos maiores em reformas antecipadas na operação doméstica. Pensamos investir é 250 milhões de euros e acreditamos ter um retorno deste investimento dentro de três a quatro anos" . O DN explica a jogada: "Analistas de mercado referiram ao DN que pelo montante financeiro que o banco prevê gastar, deverão ser cerca de 1000 pessoas". Suponho que esses mil reformados antecipados não terão ainda os 65 anos a que a lei obriga. Mas a banca, que este ano volta a ter lucros recorde, joga noutro campeonato.
publicado por Proletário às 12:02
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