Quarta-feira, 30 de Novembro de 2005
Há uns anos, dava eu os primeiros passos nas lides jornalísticas, calhou-me em sorte fazer um artigo sobre a falsificação de obras de arte. Com a agenda de contactos cheia de linhas por preencher, dei por mim a ligar para a Galeria 111. Do outro lado atendeu-me Manuel de Brito, o mais importante ‘Marchand’ de arte que este país conheceu. A medo, perguntei-lhe se estaria interessado em falar sobre o assunto da minha reportagem. O "sim" imediato surpreendeu-me. Mais ainda o modo como me recebeu na sua galeria. Ao longo de uma hora e meia mostrou-me quadros (os que tinha para venda e os reservados da sua colecção privada), contou histórias, invocou episódios dos muitos amigos que tinha no mundo das artes, explicou-me como funcionava o mercado paralelo das pinturas falsificadas e como ele próprio já tinha sido aliciado para comprar quadros forjados. Para Manuel de Brito cada pintor era um personagem. Bastava-lhe analisar a forma como as pinceladas se espalhavam pela tela para reconhecer a autenticidade da obra. Saí de lá com a ideia de ter conhecido um homem simples e afável, um homem feliz que gostava de partilhar o gosto pela arte. Morreu ontem em Lisboa. Vai fazer-nos falta.
Terça-feira, 29 de Novembro de 2005
Ontem fui ver o último filme de Cameron Crowe, que tão boas críticas tem recebido, como aliás a generalidade da sua obra. Devo dizer que toda a crítica que tinha preparado para aqui escrever se pode resumir em duas palavras: não gostei.
Aliás, desde o velhinho
Singles que me parece que os seus filmes têm vindo a decaír de qualidade, numa relação inversamente proporcional à aclamação que tem vindo a receber por parte da crítica, pelo que o considero neste momento um forte candidato à lista dos
sobrevalorizados.
Basicamente, não gostei da banda sonora nem do argumento, unanimemente considerados os pontos mais fortes do cinema de Crowe. E se no caso da música se trata de uma opinião, o argumento é inquestionavelmente fraco: parte da história é decalcada de
Garden State, talvez um dos melhores filmes do ano passado, mas muito longe da excelência por este alcançado, mas sobretudo a linha temporal não faz sentido algum. Uma das personagens consegue, no espaço de três ou quatro dias, estudar mecânica, cozinha biológica e aprende a sapatear, enquanto que a personagem interpretada por Kirsten Dunst elabora um mapa extremamente minucioso, com trajectos, fotografias e CDs piratas que levará "42 horas e 11 minutos" em uma manhã. Com uma directa em cima.
E chegamos, assim, ao motivo deste post existir:
Infelizmente, nem mesmo a
Kirsten Dunst conseguiu salvar este filme. No entanto, iria alegremente vê-lo outra vez só por causa dela (e pelo facto de com o KingKard não ter que pagar mais). Iria ainda mais alegremente se o realizador não tivesse dado quase todo o protagonismo ao paneleirote do Orlando Bloom, que faz juz ao seu epíteto "Legaylas" ao passar a maior parte do filme a tentar esquivar-se das tentativas que a Kirsten faz de se meter debaixo dele. Enfim, posso confessar que o
Homem-Aranha passou a fazer parte da minha lista de filmes a ver. Nem que seja só para ter uma desculpa para olhar novamente para o sorriso mais bonito que já vi, com esta boca imperfeita, estes dentes quase vampíricos. Nunca um par de incisivos pareceu tão belo num
écran:
Sexta-feira, 25 de Novembro de 2005
Como se pode ver
aqui, o nascimento de uma banda já mítica grita pela sua integração nas efemérides do dia. Naufrágios, casamentos, independência do Suriname, elevações de vilas à categoria de cidade, golpes de estado falhados? Bah! Os D'rr'pent'ment' têm muito mais relevância histórica do que isso. Sobretudo para quem, ao contrário do outro, esteve efectivamente lá.
OK, também nasceram Lope de Vega e Eça, já para não falar da grande promessa do futebol português e mundial Paulo Torres, bem como um tal de "Danilo Sanches, Homem mais bonito do mundo" (se bem que me parece que esta entrada não ficará muito tempo na Wikipedia), mas ainda assim continuo a achar que nada disto se compara à melhor banda da qual fizeram parte cinco redactores deste blog.
Foto por João Pedro GonçalvesNove anos, dezasseis músicos, seis concertos, um dos quais chegou a ser para centenas (duas) de pessoas. Eis os D'rr'pentment'*. Parabéns, oh artistas!
*os DRR são também a banda com mais versões da grafia do seu nome. Estima-se que pelo menos cada um dos dezasseis músicos tenha criado um mínimo de três.
Quinta-feira, 24 de Novembro de 2005
As máquinas chegaram em Agosto. A dois meses das eleições, o presidente da Câmara resolver mostrar ao bom povo do meu bairro que também há obra para ele. Durante uma semana, as escavadoras invadiram o alcatrão e rasgaram uma alameda de terra batida. Montaram uma cerca à volta do parque de estacionamento e acabaram com vinte lugares para os carros dos moradores. Num desses dias, resolvi perguntar a um funcionário que por ali andava qual era o objectivo das obras. "Vamos fazer duas rotundas". Óbvio, pensei eu. Num país onde os autarcas medem o desenvolvimento urbano dos seus concelhos pelo número de rotundas que constroem em cada ano percebi que o meu bairro estava, enfim, a entrar na modernidade. Prazo de conclusão das obras? "Lá para o Natal, com sorte", respondeu o funcionário.
Pois há quase dois meses que deixei de ver máquinas e homens a trabalhar. Ficou a lama e a vedação que fez de um estacionamento até aí pacífico uma selva de carros parados no meio da rua. A minha namorada encontrou por estes dias um outro funcionário que media os terrenos com aqueles aparelhómetros de topografia. Perguntou-lhe o que se passava com as obras. "Houve um erro de projecto. A rotunda ia invadir o jardim de um dos prédios e temos de alterar o plano. Mas as obras recomeçam em breve". Passaram três semanas e nada, nem um metro de alcatrão. Esperemos pelo Natal de 2006.
PS: O presidente foi reeleito
Caro Amigo Navegador do Contentor,
Visto que a tortilha e os calamares já começaram a fazer efeito na sua capacidade de raciocínio, vou tentar descrever-lhe por outras palavras, mais acessíveis e adaptadas à sua idade, toda a questão que em detalhe relatei à comunidade.
Era uma vez um ursinho que nunca tinha olhado para uma ferramenta maldita do capitalismo chamada contador. Esse contador servia para informar uns senhores ricos, poderosos e muito maus da quantidade de mel que o ursinho tinha consumido nesse mês. Ora, uma vez o ursinho enganou-se a ler o contador, pela simples razão de nunca ter anteriormente olhado para um contador e informou os senhores maus do mel da quantidade de leite que tinha bebido em vez da quantidade de mel. Quando ursinho recebeu em casa a conta do mel automaticamente avisou os senhores maus que algo se passava e os senhores maus do mel mandaram o senhor um bocadinho menos mau lá a casa para ver o que se passava. Esse senhor menos mau viu que o ursinho se tinha enganado no contador e avisou o senhor mau do mel, que era primo do senhor mau do leite, que o ursinho afinal não tinha consumido aquele mel todo que eles pensavam.
O que o nosso amiguito espanholizado não percebeu foi que os senhores maus do mel não receberam a informação do senhor menos mau e quiseram cobrar na mesma a conta errada do mel, mesmo depois de provado que o ursinho não tinha tomado banho em mel durante várias estações do ano. Pior que isso, os senhores muito maus, que provavelmente também se mudaram do país da droga para o país dos pimentos padrón, tentaram não só cobrar o ursinho injustamente pelo mel não consumido, como de seguida lhe deram um crédito como se o ursinho tivesse à partida pago a conta do mel que o senhor menos mau anulou ao ter descoberto o ursinho confundira mel com leite.
Depois destas confusões todas o ursinho tentou resolver as coisas sem recorrer ao tribunal de Haia e mandou uma cartinha perfumada aos senhores maus.
No dia seguinte em vez de receber resposta dos senhores maus, o ursinho apenas descobriu que um grande urso recém chegado ao país dos touros capados não compreendera a história que ele tão carinhosamente partilhara com os outros ursinhos amigos.
Se mesmo assim não tiver percebido poderemos preparar um teatro de fantoches dobrado en Castellano.
Atenciosamente,
Padilla
Quarta-feira, 23 de Novembro de 2005
Brilhante a forma como a tua cagada é culpa da empresa de gás, pá.
Terça-feira, 22 de Novembro de 2005
Lisboa, 22 de Novembro de 2005
Para:
Lisboagás
GALP ENERGIA
Rua Miguel Serrano, 9
1495-173 Miraflores
Exmos. Senhores,
Venho por este meio tentar dar por encerrado um equívoco que, apesar de ter tido início num pequeno lapso da minha parte, desenvolveu proporções gigantescas devido a um problema de comunicação interna da vossa empresa, dando origem a uma sequência de notas de débito que revelam graves falhas no vosso sistema de cobrança, o que sem dúvida põe em causa a minha confiança na qualidade da prestação do vosso serviço.
Tudo começou quando durante o mês de Setembro, ao fazer a leitura do contador do gás me enganei e dei a contagem da água. Tal facto parecendo disparatado deveu-se a nunca ter feito a leitura de nenhum dos contadores desde que habito esta casa e ter tomado o contador da água, também medida em m3 como sendo do gás. Tal erro por mim cometido fez com que a Lisboagás me apresentasse na factura nº *********** de 21 de Outubro de 2005 (2005-09-22 a 2005-10-21) o valor de 4207.31€ a ser liquidada a 8 de Novembro. Ao receber esta factura liguei de imediato para os vossos serviços que marcaram uma visita técnica, visita essa que desvendou a questão do meu engano na leitura da água como sendo do gás e tirou do contador o valor correcto do meu consumo. Fizeram-me acreditar nessa altura que a factura anterior seria de imediato cancelada e aconselharam-me a aguardar por uma nova factura com o valor correcto o que eu pacientemente fiz.
Entretanto na sexta-feira passada, dia 18 de Novembro reparo que na minha conta à ordem que serve para os pagamentos da vossa empresa, tenho um valor acima do calculado. Ao consultar o meu banco descubro que a Lisboagás depositou 4.271,82€. Nesse mesmo dia, ao chegar a casa encontro na caixa do correio a vossa Nota de Crédito nº ********* de 1 de Novembro de 2005 (2005-09-22 a 2005-10-21) referente ao depósito que vi creditado neste mesmo dia. Imaginei nesta altura que a comunicação entre a vossa assistência técnica e o departamento de cobranças não terá acontecido, já que o primeiro me pediu para esperar por uma nova factura e o segundo optou por considerar que eu tinha pago a factura em causa devolvendo-me o que eu não deveria ter pago de antemão.
Ontem, dia 22 de Novembro recebi também por correio, uma devolução de cobrança (documento nº ************) no valor de 4.207,31€ pois a minha conta na data de 17 de Novembro não tinha saldo para suportar este débito. Recebi portanto a prova que a primeira factura nunca fora anulada pela informação transmitida pela assistência técnica domiciliária, que me tentaram debitar a verba da conta e que paralelamente me devolveram o valor que eu nunca deveria ter pago.
Bastava que o débito se tivesse atrasado um dia ou o crédito adiantado e tudo se passava sem que se notasse além das transferências bancárias desnecessárias, facto que provavelmente só repararia no final do mês. No entanto o erro tornou-se claro e humilhante e deve ser clarificado em toda a sua dimensão.
Neste sentido solicito que seja efectuado dentro dos vossos registos, uma pesquisa intensiva de forma a compreender quem comprometeu este processo e não impediu que toda esta sequência de mal-entendidos chegasse a este ponto. É também urgente que se clarifique quanto tenho eu de receber pela estimativa acima do valor real que me foi cobrada durante os passados três anos e me informem quanto foi indevidamente depositado na minha conta pelos vossos serviços.
De forma a não tornar a passar por este tipo de situação ponho em causa se devo continuar a permitir aos vossos serviços o débito directo na minha conta. Caso a vossa resposta a estas questões não seja suficientemente célere, e julgo que um prazo até ao fim desta semana (25 de Novembro) será suficiente, terei de bloquear o acesso à minha conta visto que os movimentos registados pelo vosso departamento não são efectuados de uma forma responsável nem eficiente. No entanto, caso se atrasem na resposta, em boa fé deixo aqui explicito que mediante recepção de nova factura esclarecedora efectuarei de imediato a transferência manualmente para a vossa conta.
Devo realçar que esta medida vem contra os meus interesses já que me é muito mais confortável deixar que me seja debitado o valor dos meus gastos directamente, foi por essa mesma razão que optei desde o início por esta modalidade de pagamento. No entanto, caso não me devolvam a confiança que perdi nos vossos serviços, não poderei deixar que acedam a uma conta à ordem que mantenho sempre consciente da cobertura do seu saldo. Ao terem tentado debitar um valor que já tinha sido desmentido pelos vossos serviços de assistência técnica, valor esse acima do disponível nessa mesma conta, levantaram dúvidas relativamente ao meu bom nome e à gestão das minhas contas perante o meu banco, provando uma falta de eficiência extrema na comunicação entre os vossos departamentos, nomeadamente entre a assistência técnica e o responsável pelo débito/crédito, que como gestor de cliente tem directo acesso à conta em questão.
Num mercado onde se quer fazer prevalecer a qualidade e a competitividade não se podem cometer falhas com esta dimensão nem deixar passar incólume todo um processo que põe em causa uma relação entre cliente e empresa.
Aguardando resposta vossa urgentemente me despeço,
Cordialmente,
****** *****
Os resultados do
Lotto irlandês deste sábado 19 de Novembro foram curiosos, muito curiosos. Sobretudo se se tiver em conta o último número do Lotto plus 1.
Se eu ganhasse a lotaria com estes números, quem não se metia num avião era eu. Yo no creo en brujas, pero...
You Are... The Jesus And Mary Chain.
You are moody and unpredictable. You are the
underdog who refuses to sink to the bottom. You
have more talent than you ever really let
anyone know. It almost seems as if you try and
sabotage whatever good things may be going on
in your life, and you often feel like you may
be giving people a bit too much of yourself.
Being in the spotlight is something you find to
be rather uncomfortable though you secretly
yearn to be loved by everyone. You lean toward
things of a darker nature and are prone to self
destructive tendencies. You struggle with
happiness for the simple fact that you seem to
be in love with your misery. You are a realist.
what Creation Records band are you? (complete with text and images)brought to you by QuizillaVia Batukada