A menina/senhora Polly Jean tem um disco novo. Lê-se no Expresso uma entrevista com a rapariga/adulta - e quando um gajo dá por si a ler estas coisas no Expresso fica a achar porque é que eu estou a ler isto no Expresso ou porra andas mesmo a dormir ou não?. Atalhemos, a menina explica porque é que resolveu gravar um disco ao piano. Porque podia. Porque lhe apeteceu. Porque toca melhor piano, mesmo sem tocar nada por aí além, do que quem quer tocar piano por querer tocar por aí adiante. A chavala decidiu que a voz é para isso tudo que a voz possibilita. Estica-se. Encolhe-se. Faz o que lhe apetece e em coro consigo própria, o que deve ser melhor que qualquer forma de masturbação física. O disco não têm a crueza da Polly. Não tem as unhas na ardósia. Mas tem tudo o que é preciso quando é preciso fazer as pazes com o mundo. Irrepreensível. E agora, se não se importam, vou dormir. E ouvir "When under ether", que me diz um desses sites que diz que a net tem que foi composta em 1988, ainda a rapariga achava que ser feia é uma atitude do caralho. Até logo.
Dos lugares onde menos esperaria encontrar um talho seria no interior rural da Índia, a duzentros metros de um templo hindu e ainda menos a céu aberto, com a pérola de ao centro ter uma imagem de Ganesha, uma das figuras mais sagradas para um Hindu.
id="BLOGGER_PHOTO_ID_5114175155027463426" /> Quando o presidente do Irão disse, nos EUA, que não existem gays no Irão estava quase a falar a verdade. O que ele quis dizer é que não existem gays vivos no Irão. Ou, pelo menos, ele ainda não os descobriu.
O 534º filme português com a dupla Samora-Lencastre (sendo que a senhora consegue aqui um marco na sua carreira, ao vestir a pele de uma personagem descrita no genérico como "professora gaga") até arranca bem. Há uns putos que dizem caralhadas quando é suposto os putos dizerem caralhadas, há personagens até razoavelmente credíveis e diálogos que não soam a falso. Falta é, como sempre, uma história com princípio, meio e fim. Há princípio, talvez haja meio, não há fim. Começa-se uma história e depois filmam-se uns planos supostamente arrojados e originais para dizer coisa nenhuma. No fim, há fogo de artifício. O capacete não chega a ser mau filme. Pena é que não seja bom.
Acho que tem faltado aqui ao Pitau alguma crítica real, estruturada e sólida, por isso decidi falar sobre águas com gás. Como saberão, há águas naturalmente ou artificialmente gaseificadas, quase todas provenientes de zonas em que há instâncias termais. Agrada-me profundamente as naturalmente gaseificadas como a Água das Pedras, Vidago e afins. Não posso negar também em que há dias em que preciso de uma Vimeiro ou Perrier, para arrotar logo metade da ressaca ao primeiro golo. Com uma naturalmente gaseificada isso só acontece no final do primeiro litro o que é chato para a bexiga nas horas seguintes. Sou portanto um apreciador das qualidades terapêuticas das águas com bolhas lá dentro. Entretanto o mercado das águas decidiu mandar dinheiro fora em publicidade para vender mais uns litros e começou a inventar sabores e insignificantes diferenças entre vários tipos de água engarrafada da mesma fonte, a coisa chegou cá, encheu autocarros e mobiliários urbanos e eu não me disse nada a ninguém sobre a parvoíce que me parecia uma água com sabor a Coca-Cola. Ri-me, comentou-se em noites de copos e a coisa passou. No entanto os génios do Marketing não souberam parar e inventaram a água mais parva do mundo que consiste em pegar numa água com gás e meter-lhe apenas um bocadinho de gás carbónico. É uma espécie de misto entre água lisa e água acabada de abanar por um elefante drogado com cafeína mas com bolhas mais finas e constantes. Não sabe a água natural porque o sabor do gás está presente, mas também não é uma água com gás porque não se sente a pressão do ar na água. Junta portanto o pior dos dois mundos, se é que isto se pode dizer em relação à água, esse liquido vital para a nossa subsistência como seres vivos. Finalizando, sempre que vos derem uma água com gás cujo rótulo não conheçam, leiam bem o que lá está escrito porque "ligeiramente gaseificada" significa que vão pagar por uma experiência que supostamente só os vossos bisnetos irão ter raramente, quando o ar e a água forem tão raros que já ninguém saiba o que é aquela sensação no interior da barriga depois de um golo inteiro de uma Água das Pedras bem fresca, dois minutos depois de acordar, ainda a cheirar ao álcool do dia anterior.
Como sempre nestas ocasiões, montou-se um tribunal para condenar o sr Luís Filipe pelo seu não murro - um golpe ridículo que valeria mil gargalhadas em qualquer ringue decente. O homem é mas é um génio. À pala do seu gesto fútil, toda a gente se esqueceu de discutir o essencial - há três jogos que a equipa que ficou em quarto lugar no mundial não joga um caralho, ainda por cima contra adversários razoáveis, sofríveis e medíocres. Ninguém perguntou ao Sr. Luis como é que se joga com três médios ala a tentar perceber em que flanco é que devem correr afinal e sem ponta de lança. Nem se explicou em que raio de caralho estaria o Deco a pensar o jogo todo - a minha explicação é a de que, pelos passes que se viram, devia estar a pensar na obra arquitectónica do Gaudi. Já temos novela para o próximo mês. Não temos é bola.E não me venham com histórias de contas. É ganhar e acabou.
Tinha que ser um motivo maior a trazer-me de volta. Nao quero entrar em discussoes ou discordar de queridos vizinhos porque as coisas sao como sao. O desporto tem coisas que nos une, outras que nos afasta.
Também evito discussoes sobre patriotismos, momentaneos ou perenes, bacocos ou sentimentalistas, se o hino é bonito ou belicista.
Depois de ver a forma como se cantou o hino antes do jogo Portugal - Escocia, onde estavamos condenados e fomos efectivamente massacrados, penso que os que o cantaram, entre os quais há ao menos um vizinho de Alcântara, sao outros como nós, empresários, jornalistas, estudantes, whatever, que fazem algo por gosto (desporto, música, coleccionismo) e que tiveram a sorte de lhes tocar jogar um mundial.
Mais que emoçoes, patriotismos, opinioes, desejos de vitoria, o que eu senti ao ver isto foi mesmo inveja...