O zimgalabum quer fazer um pisci-editora. Que raio de ideia, rantanzulian, já devias ter idade para ter zicróbios. Mas não, o tingalim insiste. Convencê-lo-emos à força de mil escravos frictantes em plainas de azul. Havemos de calá-lo, o bardo, usando tão só e singelamente o método científico. Desiluda-se meu caro logo no
I Acto: O banco escreveu-me uma carta. - Há quanto tempo não te sentas aqui? E eu embasbacado entre o rudovalho e a aspirina ousei responder - Amanhã terás o teu formulário E assim, entre campos de papoilas e sandes de atum fizemos um hino à nitroglicerina. Rimava com Bum, mas nem assim me deixavam de nos morder os calos. - Quem sabe, meu General, a batalha pudesse ter sido ganha se houvesse outra disposição… - De flancos? - De disposições meu senhor. - E o vinho do Porto? - Não se fazem novelos com lã de cetim. E não, não se faziam. Nem fariam. Uma ovelha é, talvez, demasiado preciosa para se perder em festas de gala. Os tenebrosos açambarcadores de gasolina já se tinham apercebido disso, meses antes. Esfregavam os pistões como lagostas em brasa ao pôr do Sol. Ouviam canções da frente e sonhavam com a retaguarda. Os carvalhos nunca eram chamados a opinar. Melancólicos demais para ser úteis nesta ocasião, dizia o velho avô enquanto cofiava as longas barbas. O rudovalho, claro, não se resignava. Não se faz de um homem peixe um bacalhau de humores para isto. O Coronel ficava impassível. Cospia para as palmas dos pés com a mesma desfaçatez com que comia a galinha velha. E que mal tinha ela feito? Escrever uma carta, assim ousada, em tempo de guerra. - A ousadia tem um lugar, este não é esse certamente - a professora de música tinha sempre este talento da inconveniência, mesmo perante as portas de vidro do metro que lhe recusavam a passagem perante o bilhete fora de prazo de validade, como se fosse uma lata de atum, - Outra vez eu trazido para a história? - reclamava, e com razão, o petisco da atonina algarvia. - Talvez fosse melhor jogarmos às cartas. E assim, no salão ao pôr-do-sol, agora sim com hifens, jogámos a paz e a guerra em soldadinhos de chumbo. Amiantámo-nos uns aos outros. E o dia amanheceu em paz.
O rodovalho é um peixe-chato cujo corpo sofre transformações significativas, até adquirir o aspecto típico deste grupo de peixes. Assim, enquanto larva, vive na coluna de água e tem o corpo simétrico, com um olho de cada lado. Depois, à medida que se desenvolve, o olho direito migra para o lado esquerdo do corpo, que sofre uma compressão lateral acentuada, até ficar plano. Estas modificações resultam numa extraordinária adaptação à vida no fundo, onde permanece semi-enterrado na areia, com o lado esquerdo virado para cima. Aqui, perfeitamente camuflado, consegue ver sem ser visto...
"A animação que se poderia deixar adivinhar pelo seu nome é enganadora. A coisa mais animada que ocorre em Pisco, ao tempo da nossa visita, são 20 cachorros que ladram e correm atrás de uma cadela com cio em plena Plaza de Armas. É o principal tema de conversa na cidade..."
O lado norte da praça a que me referia no meu caderno de viagem era ocupado por uma insólita igreja neo-gótica que já não existe. Ruiu na passada 4ª feira, devido ao terramoto, com todos os fiéis que assistiam à missa vespertina no seu interior. 80% das edificações de Pisco não aguentou o abalo. Milhares de pessoas juntaram-se aos cães nas ruas, sem tectos sob os quais se abrigar. E os temas de conversa agora têm contornos bem distintos.
No centro da mesma praça, um José de San Martín proclamava, sabre em riste, a Independência do Peru do alto do seu cavalo de bronze. Foi neste porto que desembarcou em 1820, oriundo do Chile. Aqui avistou uns rubros flamingos em migração, os quais inspiraram o vermelho que cobre ambos os lados da bandeira do Peru. A 1ª bandeira do país, elaborada nessa ocasião sob as instruções directas de San Martín, vimo-la pendurada numa parede do Pisco Social Club. Uma casona que ainda reflectia os costumes burgueses da indústria milionária do guano e onde jantámos - eu e A Esposa - nessa noite em Pisco. A um quarteirão da dita praça.
O que será do Social Club? A sua fachada e gracioso claustro estarão de pé? E aquela bandeira? Andará, também ela, desabrigada, sem parede que a sustenha, pelas ruas? À mercê dos cachorros que ladram e se atropelam para a abocanhar? Até eles esquecidos, no meio dos escombros e da desordem total das coisas, de correr atrás de cadelas com cio?
Pelo título podem pensar que falo do Andanças mas não, mais uma vez o Pitau se vira para Oriente e relata a loucura de um belo cantor de buço e com muito jeito para angariar rapariguinhas na internet.
Aqui o Wo-Hen vendeu uns discos mas sente-se só, por isso decidiu lançar o pedido no seu site. O melhor será verem com os próprios olhos. Se as amigas Pachangas estiverem interessadas, não hesitem em mandar um mail ao senhor e pelo menos convençam-no a mudar o penteado.
Um amigo que recentemente visitou Cantão, na China, relatou-me a sua incredulidade perante o cenário com que se deparou no hotel onde estava hospedado. Segundo constatou, trata-se aquela de uma das 3 unidades hoteleiras da cidade onde é permitido pelo Governo central a adopção de crianças chinesas por casais estrangeiros. Um dealer autorizado, portanto. Mas a coisa, o tráfico não fica por aqui. Não só os casais adoptantes beneficiam de descontos no alojamento como também nas muitas lojas e boutiques existentes no foyer do hotel. E, para mais, podem pagar os filhos pronto-a-levar com cartão de crédito. Priceless.
Preparava-me para escrever aqui qualquer coisa sobre a lei-seca que o Estado Indiano impõe aos cidadãos por altura das eleições, supostamente para que não haja rixas públicas por causa de discussões políticas, quando encontro no Público de ontem esta maravilha da autoridade estatal mundial. Se eu fosse Deus não me ficava, levavam já com um terremoto ou com o cancelamento dos jogos olímpicos a ver se aprendiam.
Eis a minha sugestão para uma música de um novo Bond. Nada a dizer, excepto que é um bocado batota, visto aqui constar a senhora Shirley Bassey, voz de pelo menos três filmes da saga. Ainda assim, creio que cumpre as regras estipuladas pelos organizadores.
O filme chamar-se-ia How I Learned to Stop Worrying and Love Bond ("007 Agente Perigoso" na tradução portuguesa) e trataria da missão conjunta de Bond e da melhor agente secreta norte-americana, Stacy Strangelove - Cate Blanchett - , assassina implacável e sedutora, contra o Dr. Mumumba - Forest Whittaker - , um génio do crime, antigo ditador de uma república centro-africana, agora refugiado nas ilhas Seicheles, onde mantém um laboratório secreto no qual desenvolve uma arma poderosíssima (provavelmente à base de diamantes) que pode aniquilar o hemisfério norte do planeta. Após várias peripécias envolvendo tubarões, raios laser e pinanços com a Claire Danes e a Emily Blunt (no papel de espias lésbicas que atraiçoam o nosso herói e, consequentemente, morrem), tudo acaba com uma mega-explosão e os dois heróis à deriva num barco. Finalmente rendida à classe de Bond, Stacy Strangelove aprende que é possível misturar prazer e trabalho, murmurando "Oh, James!" e desaparecendo sob um lençol que, misteriosamente, faz parte do kit de sobrevivência do bote.
... haveria para aí um (ou dois, ou três, ou quatro) maduros que se dizem entendidos em cinema a escrever uma postalhada sobre estes dois cavalheiros falecidos no mesmo dia...