Quarta-feira, 28 de Março de 2007
Terça-feira, 27 de Março de 2007
O jogo de sábado passado foi o primeiro de um duelo que se prevê longo. Quaresma e Ronaldo, os nossos novos bijous, passaram a primeira parte ao despique, a ver quem fazia o bonito mais inconsequente. Há ali um despique tipo escola primária, do género, eu dou mais toques mirabolantes do que tu. O Nuno Gomes, que, sabemos, não é artista por ali além, deve ter ido para o balneário fodido porque passou a primeira parte a fazer de menino a quem ninguém passa a bola. Na segunda parte, a coisa correu melhor - o primeiro golo nasce precisamente da primeira jogada em que o Ronaldo resolveu passar a bola ao colega que estava em melhor posição. Depois do 2-0, Quaresma e Ronaldo lá puderam retomar o seu duelo de egos. Isto não é necessariamente mau - no futebol chato dos tempos que correm, é raro haver um tipo com lata de fazer habilidades - mas temo que aqueles dois não vão levar as reprimendas que merecem. O Figo, por exemplo, sempre teve uma técnica acima da média, mas sabia jogar feio quando era preciso. Estes dois hão-se nos dar muitas alegrias, mas se calhar era melhor que nos dessem mais cruzamentos. Mas enfim, enquanto houver trivelas deste calibre, posso continuar com a viola metida dentro do saco.
Terça-feira, 13 de Março de 2007
Comecei por receber um e-mail ao qual quando carreguei no responder entrei numa página de registo. Pensei que seria uma coisa tipo Skype e segui. Carreguei OK em tudo que me apareceu e fechei a janela. Passado 10 minutos quando vejo o mail de novo descubro que no meio dos Oqueijos que fiz sem tomar atenção, dei autorização aos gajos para usarem todos os contactos que tenho no e-mail e mandar convites a essas pessoas para participar num grupo que não serve para nada. Pelos vistos a coisa já é famosa pois quase todos sabiam do que se tratava quando mais tarde comecei a pedir desculpa pela chatice informática. Mais uma vez sou eu que não estou atento, mas continuo a achar mal que usem a agenda da pessoa só porque ela não presta atenção aos pormenores de um registo. Pelo menos faziam aqueles testes em que aparecem números e letras tortos, com riscos por cima em profundidade, para comprovar que não carreguei no OK sem sequer ter olhado para o monitor.
Sexta-feira, 9 de Março de 2007
Não consegui apurar se foi em 98 ou 99 mas sei que trinta anos depois da loucura em Paris ou em Woodstock, também nós viviamos tempos de devaneio e revolução constante. É preciso frisar que os membros da banda eram já amigos muito próximos, daqueles que se vêem todos os dias e que partilham uma história comum.
Por alturas de eleições para a Associação de Estudantes, resolvemos criar uma lista sem intenções de ganhar. A ideia era apenas poder ocupar com mais uma actividade sem consequências o nosso quotidiano de deleites e futilidades. O nome era perfeito: Lista Alpista e a campanha foi uma das melhores de sempre pois aliava a rima com a parvoíce no seu estado sólido. "O Alpinsta vota Alpista", "Se és vigarista vota Alpista" e por aí fora. Todos os cartazes com as rimas de ordem eram escritas à mão e a faculdade estava repleta deles. E para celebrar o último dia de campanha decidimos organizar um Comício-Fumício-Concerto no Teatrinho da Faculdade. Seria uma coisa inspirada nos tempos do PREC, cadeiras no palco, bandeiras, ramalhete de flores e tudo acústico (o que me permitiu não ter de andar atrás de uma guitarra electrica emprestada) que a cantiga é uma arma e o instrumento também se arremessa.
No cimo das escadas do pátio tinhamos um enorme pendão que fizemos com sacos do lixo preto. Uma obra de arte.
Não o podem ver na fotografia, naquela tarde as cadeiras do palco estavam mais ocupadas que as cadeiras do público. Mas nada nos demoveu. Cantámos, tocámos e fizemos campanha como se não houvesse amanhã e de facto não me recordo do dia seguinte.
Há um ano tomámos em mãos a ideia de contar
a história de um dos menos espectaculares fracassos da história da música: os DRR. História que parou ao episódio #7, mas não foi por falta do que contar. Devíamos escrever pelo menos cinquenta e nem que seja pelo dever moral de mostrar às crianças que para aí andam de guitarras na mão, que há mais do que uma receita para fracassar, e os DRR souberam aproveitá-las todas.
Para voltar a dar ânimo transcrevo parte da introdução que escrevemos na altura.
Dos elementos deste blogue, cinco participaram directamente nesta banda e os outros dois assistiram a uma boa mão cheia de concertos. Estão reunidas as condições para que venham ao de cima os melhores momentos dos últimos dez anos. Esta banda está no seu décimo [primeiro] ano, já acabou oficiosamente algumas vezes e oficialmente uma, que ainda perdura. É provável que o mundo nunca se livre deste projecto, no entanto. Não vejo necessidade de qualquer tipo de ordem cronológica, e não garanto que todas as histórias sejam verdadeiras, eu próprio planeio inventar uma boa parte delas. Mas dê por onde der, o que daqui sair será a sua biografia oficial.Entretanto, as tags facilitam-nos a vida. O que já foi escrito, há um ano, está ainda
tudo aqui.
Quinta-feira, 8 de Março de 2007
Sexta-feira, 2 de Março de 2007
Não ganharam a OPA, mas obrigaram essa coisa indescritível que é a PT a partir-se em duas e a deixar de poder gozar da situação escandalosa de monopólio, em que viviam descansadinhos e a encher a mula à custa de roubos como assinaturas de telefone de 15 euros.
Obrigadinho ainda por nos terem elucidado acerca da utilidade da Autoridade da Concorrência: zero. Uns tipos que demoram um ano a chegar à conclusão de que não há problema em existir uma empresa detentora de dois dos três principais operadores de telemóvel não merecem respeito.
Obrigadinho também por terem proporcionado ao senhor Vara o seu único acto público notório desde que o amigo Sócrates lhe arranjou tacho na caserna da CGD. Assim se vê como o Governo não se mete na economia.
Por último, o meu obrigado por nos terem dado a oportunidade de perceber o quanto o nosso ministro das Obras Públicas percebe de matemática. Disse o senhor para os telejornais, quando perguntado acerca da importância dos votos da CGD na decisão final: "Chamo a sua atenção para o facto de que os resultado da votação é suficientemente expressivo para não ser marcado pela votação de nenhum accionista em particular, nem sequer a Caixa Geral de Depósitos". Recordando os factos: votos a favor da OPA, 43,9% / Votos contra a OPA, 46, 58% /Abstenção 9,52% / Percentagem de votos da CGD na Assembleia 5,7%